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Que alegria finalmente escrever esse post sobre o arquétipo das Deusas Gregas. Me apresentando brevemente antes de ir ao que interessa, eu sou uma mãe solo que teve a experiência do maternar transformada depois de mergulhar em leituras nacionais e internacionais sobre arquétipos das Deusas Gregas e que me vi com uma tremenda motivação pra deixar o medo, inseguranças e perfeccionismo de lado, confiar na minha sabedoria e colocar em prática meu conhecimento nesse assunto (obrigada por essa mãozinha, Deusa Atena).
Pensei muito antes de escrever esse post, que na verdade vai ser um post raíz para uma série de posts que eu espero que sejam muito úteis pras mulheres. Eu vou escrever sobre os arquétipos das Deusas Gregas do Olimpo, ou seja, o que elas representam na psicologia feminina. Tenho visto tanto no Youtube quanto no Instagram que esse assunto está bem em alta, e é um tema que eu amo e estudo a muito tempo.
Então, quem são as Deusas gregas, qual a relação elas com a nossa personalidae e principalmente, como elas podem ser uma ferramenta pra que a gente fique em paz com quem realmente somos e consigamos nos libertarrar de algumas amarras e limitações.
As Deusas são forças poderosas e invisíveis que moldam o comportamento e influenciam as emoções.
Jane Shenoda Bolen
Ao ver tantas mulheres inseguras em relação a maternidade, ou sempre em busca de algo, seja no amor, seja em excessos de cirurgia pela aparência considerada ideal, seja se mantendo em relações tóxicas com medo de não conseguir mais ninguém, me senti na obrigação de fazer a minha parte e disseminar essa informação mágica e poderosa que pode ajudar tantas mulheres a se encontrarem e se alinharem por dentro, vivendo com muito mais paz de espírito e força interior.
Esse vai ser um artigo bem longo. Se você já quer pular logo para o arquétipo de cada Deusa, clique aqui, e para ir para as referências dos livros que usei para escrever esse post, clique aqui. Mas recomendo de verdade a leitura completa, prometo que vai ser uma viagem leve e reveladora!
Navegando pelo Post:
☾ De onde vem meu conhecimento sobre arquétipos
☾ Por que escrever sobre arquétipos
☾ O que são arquétipos das Deusas
☾ Relação Deuses e Deusas na religião e nos arquétipos
☾ Como entender o arquétipos das Deusas vai te ajudar
☾ Quais as 7 Deusas Gregas do Olimpo e com qual se identifica
Artemis l Atena l Hestia l Demeter l Hera l Persefone l Afrodite
☾ Como as Deusas transformaram minha vida
De onde vem meu conhecimento sobre arquétipo das Deusas Gregas?
Eu sou formada na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em design gráfico, que é um curso que mergulha a fundo nos mistérios da psique e dos símbolos. Me apaixonei por esse tema lá em 2008, na aula de Criatividade, quando o professor introduziu os 12 arquétipos, que são popularmente conhecidos como arquétipos de Jung, mas que na verdade não foram criados por ele e são uma nova interpretação dos arquétipos que de fato são de Jung. Os 12 arquétipos foram criados por uma terapeuta Jungiana chamada Dra. Carol Pearson.
Nesse post: Quais os 12 arquétipos e qual a diferença deles e dos arquétipos de Jung eu esclareço em detalhes essa questão.
Ali me apaixonei por todo o mergulho mágico, transformador e revelador que os estudos de Jung podem trazer e comecei a mergulhar no tema, indo parar nos arquétipos das Deusas.
Por que você escreve sobre arquétipos em um blog de maternidade
Bom, como o próprio nome desse blog diz, aqui falo sobre todos os aspectos da maternidade e da mulher que precisa existir inteira para que exista a mãe fisicamente e mentalmente saudável. Depois de ler tanto conteúdo no Instagram e em podcasts de mães, das celebridades às mães de periferia, se questionando “onde ficou a mulher além da mãe” eu pensei: “eu sei, ao menos parte, dessa resposta”, que está justamente no conhecimento sobre arquétipo das Deusas. Existem outras 6 mulheres, ou seja, 6 Deusas que representam as mulheres, além de Deméter, a que representa mãe, e está na hora de muito mais gente saber disso. Meu conhecimento no tema vem de diversas obras em português e inglês, e no final do texto vou listar algumas delas.
Mas já dando um spoiler com um mantra que carrego para a minha vida e que aprendi estudando arquétipo das Deusas é: A gente não deixa de ser quem éramos quando viramos mães. A gente expande.
Não deixamos de ser Artemis, Atenas, Afrodites e Perséfones, mas abrimos caminho pra entrada de Deméter, e pra Deméter entrar de forma saudável, devemos seguir nutrindo as outras 6 Deusas dentro de nós, e desenterrando, com paciência e carinho as que foram reprimidas no nosso inconsciente. Abaixo explico o que isso quer dizer.
O que são arquétipos das Deusas
De acordo com a psicanalistra jungiana Jena Shenoda Bolen e autora do livro As Deusas e as Mulheres, a perspectiva jungiana fez com que ela percebesse que mulheres podem ser influenciadas por forças internas poderosas, os arquétipos, que podem ser personificadas pelas Deusas gregas.
Existem muitas explicações semelhantes na internet sobre o que são arquétipos e elas não estão erradas. Entretanto, o que vi dessas explicações apenas fazem com que muitos de nós ainda crie certa relutância em compreender a influência dos arquétipos nas nossas vidas.
Quando lemos sobre os arquétipos das Deusas principalmente, é muito comum que se diga que as Deusas estão dentro de nós, ou que ao fazer um ritual você vai evocar uma entidade de alguma delas que vai ter fortalecer.
Mas o que isso quer dizer? Se você for um pouco mais cética como eu, fica difícil acreditar nisso, né? Por mais divertido que seja pensar que Atena está invisível aqui do meu lado ou encarnada dentro de mim em espírito enquanto crio força intelectual e escrevo esse post, eu sei que não é bem assim que as coisas funcionam.
Acontece que o espírito ou entidade de Atena não estão aqui, mas eu estou mentalizando a força arquetípica dela enquanto escrevo. Continua meio papo de jovem mística né? Mas calma, vou explicar. Senta que lá vem história.
Desde que o mundo é mundo, histórias são contadas, dores são sentidas, energias são reprimidas dentro de personalidades reprimidas, significados são atribuídos às cores e formas da natureza e, principalmente, pessoas seguem os mesmos padrões de comportamento, seja aqui em Ribeirão Preto em 2024, seja na China do século cinco antes de Cristo. Esses padrões eternos, que se repetem e nunca mudam ou morrem, criam os símbolos e são reproduzidos em mitos e contos de fadas, e parte desses mitos são o que dão significado ao mundo.
Esses padrões que se repetem no nosso inconsciente, ou seja – em linguagem mais simples possível – sem planejarmos, ou escolhermos, mas permanecem no coletivo em qualquer lugar do mundo e em qualquer época, são os arquétipos. Exemplo simples: O significado de uma rosa vermelha é o mesmo na África do século 2 e aqui e agora. A imagem de um herói justo é inspiradora tanto hoje quanto foi há 3 mil anos atrás. Isso define um padrão arquetípico, um símbolo, uma imagem primordial e um significado universal no inconsciente coletivo, que passa de geração em geração pelos nossos ancestrais.
Relação Deuses e Deusas na religião e nos arquétipos
Antigamente, quando criados, os mitos não eram apenas histórias como hoje, e sim a religião das pessoas, seus Deuses e Deusas. E sabemos bem, seja você religiosa ou não que Deus define todo o compasso moral de uma sociedade.
Até hoje definimos nossos valores e comportamentos baseado nos arquétipo dos deuses dominantes na nossa cultura. Por exemplo, o arquétipo do masculino ideal na nossa cultura é um reflexo direto do compasso moral ditado pelo Deus cristão, o todo poderoso no controle de tudo, que pune o errado e recompensa o sacrifício. Essas poderosa e milenar imagem de Deus, ou seja do arquétipo masculino ideal na nossa sociedade, é o que os homens buscam ser pra se validar: Poderoso, idolatrado, aquele que tudo pode, e é sempre perdoado, já que ele detêm o poder de definição do certo, do errado, do moral, do imoral e do perdão. É ele quem detém o controle do mundo, à imagem de Deus. Veja que CEOs, juízes, cirugiões e posições de poder num geral, são dominadas por homens, ecomo você pode ver, não é porque são mais capazes, mas porque a história os favoreceu. O Deus judaico-cristão compartilha características arquetípicas de Zeus na mitologia grega e de Odim na mitologia nórdica. Ou seja, ele é definido com padrões que já se repitiram na história diversas vezes, em diversas outras entidades e servem como espelho compormentamental de toda uma sociedade.
Antes de o Deus masculino se tornar referência, a Grande Deusa Mãe era venerada, as sociedades matriarcais eram tranquilas e artísticas, e todas as características arquetípicas que depois foram fragmentadas em várias Deusas, e, posteriormente, reprimidas ou distorcidas como “imorais” pertenciam apenas a Grande Mãe.
Quando pensamos no arquétipo feminino dominante na nossa sociedade atual, temos Maria, a mãe santa imaculada, pura, virgem e dedicada ao pai e ao filho (nunca a si mesma). Maria compartilha características arquetípicas de Deméter na mitologia grega e o ideal de mulher na nossa cultura. A mulher que não abraça Maria e Deméter como ao menos um de seus arquétipos dominantes é considerada sem valor, ou incompleta, ou desvirtuada, ou infeliz em uma cultura dominada pelo Deus que foi construido e fortificado com base em uma herança religiosa bélica e patriarcal que detém o poder e reduz as potências femininas a seu favor. Nosso valor cultural e compasso moral, como homens, mulheres, e seres humanos é diretamente atribuído ao poder arquetipico da religião vigente.
Seja no Brasil, seja na África, seja na Europa. Seja na pré historia, seja na Idade Média, seja nos dias de hoje. O significado dessas histórias, símbolos, heróis e heróinas e padrões de comportamento dos mesmos, se repetem através de mitos e lendas – outrora religiões – que todo mundo se identifica. Mitos (e seus Deuses e Deusas) e contro de fadas são expressões de padrões de arquétipos. Por isso, conto de fadas não são só histórias, e Deuses e heróis não sáo só personagens bobos, e sim representações da alma humana em imagens.
Existe um panorama de atributos que um ser humano pode ter, e todas as Deusas e Deuses juntos englobam todos esses atributos, como a competitividade, inteligência ou instinto materno.
Por exemplo, em toda a história da humanidade sempre existiu a mulher sensual, ou a mulher maternal, ou a mulher guerreira. Essas são características arquetípicas coletivas, representadas pelas Deusas. São universais e eternas, fazendo com que sejam forças arquetípicas, que se repetem de geração em geração, independente da cultura, e que fazem parte de um consciente universal.
Pensem na Cleopatra por exemplo, líder de um Império, mestre estrategista e altamente sedutora. Uma Atena com Afrodite nata. Cleopatra soube fazer uso desses dois arquétipos com maestria para salvar um Império inteiro. Atena é uma Deusa que incorpora os atributos humanos universais de competitividade e inteligência, já Afrodite é uma Deusa que incorpora os atributos de sensualidade e criatividade.
Se Cleopatra existisse hoje em dia, com uma pressão tão grande pra se reduzir a ser apenas Demeter, Hera ou Kore pra ser considerada uma mulher de valor, o Império dela teria desabado, já que ela se sentiria induzida socialmente a usar apenas seus atributos de cuidadora e esposa para salvar seu império, os quais, nesse caso específico, não seriam suficientes.
Explicando melhor, a repressão do arquétipo das deusas na nossa sociedade, que faz com que elas fiquem escondidas no nosso inconsciente, vem do que as pessoas consideram um mulher de valor: Na religião o valor feminino vem da imagem de Maria, e seu reflexo arquetípico na mitologia grega é Deméter a deusa mãe. Hera é valorizada por ser a Deusa esposa de Zeus e se submeter a tudo pelo marido, aceitando traições e estando sempre ao ledo dele, e Koré é a filha submissa, que precisa sempre de aprovação (até conseguir passar pela metamorfose -depois de ir ao inferno e voltar- e se tornar Perséfone, a rainha do submundo).
E o que acontece com as outras 4 deusas principais? Elas representam potenciais fortes nossos que foram varridos pra baixo do nosso inconsciente, por medo de não sermos aceitas, valorizadas, aprovadas e amadas, seja pelos nossos pais, seja pelo nosso marido, seja pelo nosso chefe, seja pela nossa própria mãe, que também cresceu abraçando os valores patriarcais vigentes ha mais de 2 mil anos (em uma humanidade com cerca de 200 mil anos) . Imagina todo o potencial da nossa psique que ficou reprimido? E daí sentimos uma sensação de eterna insatisfação, porque poucas de nós tem esse conhecimento de que podemos ser muito mais do que Deméter, Hera e Core, e de que precisamos de ferramentas pra descobrir, abraçar e externar as outras Deusas que nos fazem completas.
Ou seja, já nascemos com a capacidade de compreensão desses significados comuns e, consequentemente, todas nós carregamos o potencial de ter essas forças dentro de nós, já que muito disso está guardado na nossa psique, ou por não ter sido incentivado pela sociedade -que geralmente incentiva os valores que a religião dita -, ou por ter sido reprimido pelos nossos pais.
Entende então que a Deusa Atena não está parada aqui do meu lado invisível e vai aparecer se eu fizer um ritual, mas eu tenho a capacidade dentro de mim de ser uma guerreira estratégica, como Atena e preciso apenas saber como acessar isso, já que a cultura e religião dominates na qual cresci, que ditam o certo e errado, e a forma como fui educada não me incentivaram a isso, reprimindo, dessa forma, minha Atena interior. Os rituais aí servem como uma ferramenta pra eu visualizar esses símbolos tão fortes e primitivos de determinada Deusa de forma mais palpável e real, facilitando o despertar dela do mundo incrível, intenso, profundo e enigmático do inconsciente.
De acordo com Freud e Jung, nosso consciente, aquilo que acreditamos que somo e tentamos passar pro mundo pra sermos validados, representa apenas a ponta do iceberg, enquanto o insciente é todo o restante, escondido no fundo do mar. Quanta coisa desconhecida sobre nós mesmas fica presa ali? Quando conseguimos acessar, trazer o inconsciente para o consciente, ou seja, reconhecer que faz parte de nós e colocar em prática o que está inacessível e escondido, abraçar e reconhecer o que ficou escondido e reprimido (o que inclui características das Deusas que nunca nos foi permitida ser acessada), alcançamos a individuação e nos tornamos completas.
Como Entender os arquétipos das deusas Gregas do Olimpo vai te ajudar:
Vou resumir aqui, mas já adianto que estou escrevendo o e-book bem lindo e visual, já que sou designer, sobre como aplicar esse poder arquetípico das Deusas ao seu dia a dia, quais atividades e ferramentas pra te ajudar a se reconecar com esse lado na prática, filmes e personagens e muito mais pra que você desperte a sua Deusa, e assim, viva de forma mais autêntica e também estou escrevendo um livro pra Kindle sobre como usar o arquétipo das Deusas para um maternar mais leve, não abandonando a mulher Além da Mãe. Mas democratizar o básico dessa informação virou um dos meus grandes propósitos de vida, além de oferecer de forma gratuita quais as possibilidades e poderes que você pode ter em você e está aí reprimido. Sabe aquilo que você sonhou em fazer quando criança e sua mãe não deixava? Com certeza a potência de um Deusa foi empurrada lá pro seu inconsciente nesse momento, te deixando como brinde uma eterna sensação de insatisfação, por mais que seu consciente e ego (a percepção que você tem de você mesma) te diga que você é perfeita.
As imagens das Deusas gregas representam imagens de mulheres que estão no imaginário humano a mais de 3 mil anos. Só que com mais poder e diversidade de comportamento do que o que foi permitido às mulheres exercitar historicamente.
O objetivo de compreender a fundo o arquétipo das Deusas é abrir o leque aqui e mostrar que existem muitas outras possibilidades de caminhos, novas formas de ser e de agir pra uma mulher que não se identifica com os arquétipos que ela abraçou para o seu consciente devido à forças das circunstância.
Existem duas forças poderosas que definem a vida de uma mulher: os arquétipos dentro de nós e a influência externa da cultura e da família. Se tornar consciente de ambas nos fortalece, complementa e nos ajuda a fazer escolhas informadas. Conhecer as Deusas vai de ajudar a:
- Encontrar dentro de si a sua capacidade de fazer escolhas,
- Realizar novas experiências com prazer e felicidade sem culpa;
- Encontrar sua fonte de poder, autoridade e força vital que estão reprimidas pelas atitudes e persona que você precisou vestir pra sobreviver e/ou ser amado.
É hora de, como uma cobra, trocar de pele e renascer. Ou, como uma borboleta, sair do casulo e, finalmente, voar na sua forma mais plena e vibrante.
Todas nós temos uma voz e visão e interiores, que muitas vezes são reprimidas na nossa jornada. Conhecer o poder dos arquétipos das Deusas gregas abaixo é uma ferramenta poderosa pra acessar essas vozes, desenterrar seu potencial do inconsciente e trazê-los para o consciente, se libertando assim das limitações impostas pela nossa história, e consequentemente, pela nossa mente, muitas vezes nos fazendo acreditar que para a mulher só é possível ser vista sob o olhar da dicotomia virgem versus puta, mãe dedicada versus devassa livre sem filhos.
Essas características não são opostas. Elas se complementam. NOS complementam, e não ver isso nos faz brigar tanto umas com as outras, ao invés de aprender umas com as outras, sem julgar a mãe dedicada que vive pros filhos, mas ajudando-a a não entrar na sombra de Deméter pelo excesso da mesma e introduzindo as outras Deusas, e sem julgar a que não quer ter filhos e é livre, mas introduzindo o poder de Deméter pra essa Artemis entender como é enriquecedor o Cuidar. Afinal, se identificar com apenas uma Deusa pode fazer com que uma mulher abrace também os aspectos negativos da mesma, gerando sintomas sombrios e relações conflituosas. Rivalidade e limitação feminina reduzem a pó todo poder da mulher e nossas capacidades de viver e ser feliz.
Quais as Deusas Gregas do Olimpo e com qual arquétipo você se identifica
Abaixo, vou fazer um resumo simples das características e símbolos que personificam cada uma das Deusas Gregas do Olimpo pra saber com qual você se identifica e quais gostaria de despertar. Importante lembrar que sim, temos mais de um arquétipo, e a força de cada um varia de indivíduo para indivíduo. As habilidades arquetípicas são como outras habilidades, tipo aptidão musical, artística ou inteligências: todas precisam ser praticadas pra serem dominadas e incorporadas. Como você vai descobrir o que gosta de comer, sem experimenntar comidas? Aqui a lógica é a mesma, como você vai descobrir quem você é na vida, sem experimentar a vida? Desenvolver e expressar o que está profundamente dentro de nós é uma fonte potente de felicidade, e dominar todos os arquétipos das Deusas reprimidos em si, uma fonte especial de poder pessoal.
O que te dá vida? O que te motiva? O que faz você sentir que sua vida tem significado? Autonomia, criatividade, poder, desafio intelectual, espiritualidade, relacionamento, cuidar, ou sexo? Como cada uma dessas características pode ser despertada para os momentos que você precisar delas? O arquétipo das Deusas ajuda com tudo isso, eles te ajudam a fazer escolhas conscientes, se libertarem de estereótipos impostos pra si pelo outro, em relação ao que se deve sentir e fazer, e se tornar a heroína e personagem principal de sua própria história.
E o principal: O QUE MOTIVA E PREENCHE UM TIPO DE MULHER, PODE SER TOTALMENTE SEM SIGNIFICADO PRA OUTRA. Compreender as Deusas abaixo vai te ajudar a se entender e entender seus relacionamentos com homens, mulheres, amigos e filhos, além de autoconhecimento sobre suas forças, prioridades e habilidades, tendo força pra fazer escolhas que não são encorajadas pelos outros e que muitas vezes vão fora do que a sociedade espera do papel da mulher.
Para que uma mulher possa amar e cuidar profundamente, trabalhar com propósito, e se sentir sensual e criativa, sem sentir culpa em ser tão completa, a expressão das 7 Deusas em si devem estar em harmonia.
As Deusas Virgens: Artemis, Atena e Hestia:
Jean Shinoda Bolen classificou as Deusas em 3 categorias. As Deusas virgens representam as qualidades independentes e auto suficientes das mulheres. Para essas Deusas, apego emocional não é o que mais importa s e não se vitimizam.
Expressões das Deusas virgens: arquétipos femininos que se motivam pelo desejo por autonomia e capacidade em ter foco em objetivos pessoais. Esses Deusas nos mostram a capacidade feminina de ser competente e auto suficiente. Elas são consideradas virgens por, no nível psicológico, serem “impenetradas” por um homem, ou seja, intocadas pela necessidade de validação masculina, e existe por inteiro sem um parceiro. Essas Deusas nunca se casaram, nunca tiveram seu poder diminuído nem nunca foram abusadas, abduzidas ou enganadas pelos Deuses homens. Suas mentes permanecem intactas em relação às influências patriarcais. Elas também não são movidas pela sexualidade e paixão intensa de Afrodite. Essas mulheres, de acordo com a analista Jungiana Esther Harding no seu livro Womens Mysteries, são “uma-em-si-mesma”.
Descobrir e ativar As Deusas virgens em si vai te ajudar a não se motivar pela expectativa do que os outros vão pensar que ela deveria ser ou fazer, e sim a seguir seus próprios valores internos, simplemente porque são verdadeiros pra você.
Quando ativar as Deusas Virgens: quando você precisar focar em resolver um problemas ou atingir um objetivo sem ser interrompida pelas expectativas dos outros aos seu redor. Elas tem a capacidade do foco consciente e atenção não dividida, focada no caminho, que direciona às consquistas pessoais.
Por que não é saudável ter apenas as Deusas virgens em si: Focar apenas nessas Deusas Gregas vai fazer com que você se esqueça de cultivar amizades, cuidar de um amigo, filho ou pessoa amada e vai fazer você se desconectar, num geral, das suas emoções e capacidade de conexão com os outros. É importante deixar era mostrar a importância do comprometimento, Deméter trazer as alegrias do cuidar, e Afrodite te surpreender com a magia do se apaixonar.
Artemis: Diana na mitologia romana
A irmã e competidora
Deusa da lua e da caça, seu domínio era o mundo selvagem.
Imagem de Artemis: Arqueira com seu arco e flecha e vestida em uma túnica curtra e confrotável
Características e valores: independente, individualista, hostil quando precisa, autônoma e não tem medo de conflito, protetora de toda a nova vida, foco nos objetivos.
Onde a mulher Artemis encontra significado: em sua independência e em atingir objetivos pessoais que são importantes pra si.
Quanto ativar a Deusa Artemis: Quando precisar sentir orgulho e mostrar excelência com segurança em outras coisas que não envolvem constituir uma família. Quanto precisar manter o foco em um objetivo distante. Quando precisar se libertar da aprovação alheia pra seguir um objetivo, quando precisar a aprender a viver sozinha pela primeira vez após um divórcio..
Atena: Minerva na mitologia romana,
A estrategista
Deusa da sabedoria e trabalhos manuais, protetora de inúmeros heróis, conhecida como a melhor estrategista de batalhas (reconhecimento vindo inclusive dos homens) e padroeira da cidade de Atenas.
Imagem de Atena: armadura.
Características e valores: estrategista, pensamento lógico, pensamento frio e analítico, competitividade, intelectualmente curiosa, pragmatismo. Se identifica com os homens e por isso vive em estado de igualdade ou superioridade entre eles.
Onde a mulher Atena encontra significado: Em competir e ganhar, em novos desafios
Quando ativar a Deusa Atena: Quando precisamos nos preparar pra alguma batalha na nossa vida. Quando precisamos de inteligência em uma situação desafiadora e impor respeito. Quando precisamos pensar com clareza em uma situação. Quando precisamos nos adaptar e conquistare um estado de equidade em um ambiente marjoritariamente masculino e gostar do que podemos aprender com isso. Quando tem ambição e quer se destacar no meio corporativo. O símbolo da armadura representa o escudo mental que precisamos exercitar no processo de fortificar e defender nossa Atena interior.
✦ Leia aqui o post completo sobre Atena: Deusa Atena: Um mergulho no arquétipo da Estrategista (e como descobrir ela em você)
Héstia: Vesta na mitologia romana
A zeladora.
A mais antiga, sábia e honrada, com
Imagem de Héstia: representada pelo fogo da lareira dos lares
Características e valores: faz porque se sente bem, não pra agradar o outro. contemplação, espirutialidade. Habilidade de focar para o interior e meditar por longos períodos, sem se deixar distrair pelo mundo exterior ou desconforto de uma determinada posição.
Onde a mulher Hestia encontra significado: na solitude e contemplação. Em se fechar em si mesma.
Quanto ativar Héstia: Quando sentir necessidade de olhar pra dentro, quando sentir que precisa aprender a apreciar a solitude e se conectar com um lado mais espiritual. Quando precisar de paz e serenidade interior. Quando quiser se distanciar e desconectar de relações com homens e não atrair o interesse dos mesmos.
As Deusas Vulneráveis:
Hera, Demeter e Perséfone foram classificadas como Deusas vulneráveis pela Dra. Jean Shinoda Bolen. Elas representam os aspectos tradicionais os arquétipos femininos: a esposa, a mãe e a filha. Elas representam as necessidade femininas de conexão e afiliação. Elas são mais apegadas aos outros, portanto, mais vulneráveis. Essas Deusas nos ensinam sobre o potencial de evolução após passarmos por relações tóxicas e abusivas.
Demeter:Cere na Mitologia romana
A Mãe, Deusa dos Grãos e das colheitas e mãe de Perséfone. Responsável pela fertilidade da terra e provedora dos ritos dos Misterios Eleusianos, religão que predominou na Grécia por 2 mil anos antes do Cristianismo.
Imagem de Deméter: Simples no campo de trigo com seus cabelos sourados e vestido azul, ou uma matriarca sentada em sua poltrona.
Características e valores: instinto materno, generosidade, altruismo, mesmo sem ser mãe.
Onde a mulher Deméter encontra significado: em cuidar, e ser mãe e em nutrir os outros em geral.
Quando ativar Deméter: Quando você sente dificuldades em criar uma conexão de cuidado, principalmente a conexão vital entre mãe e filho.
Hera: Juno na mitologia romana
A Deusa do casamento
Esposa de Deus, Hera representa a mulher que necessidade monogomia e casamento para se sentir preenchida, e elas se sentem frustradas, com ódio e às vezes até em luto quanto não conseguem atingir esse objetivo.
Imagem de Hera: Sofisticada, soberana tradicional e madura,
Características e valores: assertiva, brava, sempre “de olho”, poderosa.
Onde a mulher Hera encontra significado: em papeis tradicionais, em casar e se sentir importante para o marido.
Quando ativar Hera: quando se sentir relutante em reconhecer que um parceiro do sexo oposto pode acrescentar à sua vida, quando quiser achar um parceiro de vida. Quando precisar aprender a se comprometer com o outro.
Perséfone (ou Kore, a donzela)
A Filha de Deméter. Era Koré e se torna Perséfone depois de ser abduzida por Hades e se casado com ele no submundo.
Deusa da primavera e rainha do submundo. Na forma de kore ela é uma menina passiva quem não sabe quem é de verdade e desconhece suas forças.
Imagem de perséfone: simbolos de fertilidade, especialmente a romã e o milho.
Características e valores: Perséfone tem um lado que faz com que a mulher seja passiva e dócil, além de recptiva e maleável. Possui um padrão de ser uma “transmorfa” e se adaptar ao que esperam dela. Ao se tornar Rainha do Submundo, ela se destaca por ser intimidadora, uma guia prosd outros e capaz de entrat e sair das camadas mais profundas do incosciente quando bem entender. Pensa um poder!
Onde as mulher Perséfone ecncontra significado:Em se sentir sempre jovem, em se sentir amada
Quanto ativar Persefone: Quando precisamos permanecer abertas e receptivas. Quando precisamos sair do modo de passividade e infantilidade de Koré pra nos tornarmos rainhas do nosso submundo interior e descobrir nossas forças. Quando ficamos esperando um milagre acontecer e não tomamos atitude na vida.
Afrodite: Vênus na mitologia romana
A Amante, Deusa do Amor e da Beleza. Afrodite não é nem uma Deusa virgem nem vulnerável, e tem uma categoria pra si mesma, de Deusa alquímica. Geralmente condenada como ”a puta” ou a de “a tentadora”, para manter de pé os valores e estruturas patriarcais e desvalorizar ou negar a sensualidade e sexualidade desse arquétipo;
Geradora do amor e da beleza, da atração erótica, da sensualidade, da sexualidade e da nova vida, afinal, sexo é, literalmente o meio para a origem de vida. Ela entrava e saia das relções quando queria e nunca se vitimizava.
Imagem de Afrodite: Bela e sensual, geralmente com flores ou conchas.
Características e valores: Poder feminino, poder de escolha, não se deixa intimidar por homens, sabem usar com maestria a feminilidade ao próprio favor, usa sexo como ferramenta de energia criativa. Ela é autônoma e independente como as Deusas virgens mas também adora se relacionar como as vulneráveis. Busca mais intensidade do que permanência nas relacões.
Onde a mulher Afrodite encontra significado: em intensidade emocional, diferentes relacionamentos e novas experiências com pessoas e lugares diferentes pra se sentir sempre abastecida de novidades e energia criativa.
Quando ativar Afrodite: quando sentir que precisa de mais intensidade nas relações, se abrir para a criatividade, se abrir a mudanças e se sentir mais mulher e com sua potência feminina mais fortalecida sem culpa. Afrodite também ajuda quando se tem travas, inseguranças, culpas e dificuldades na vida sexual . Quando precisar de leveza para amar, a si mesma principalmente, e depois ao outro.
Se você se idetificou, não se esqueça que não precisamos nos limitar a uma Deusa. Elas foram um conjunto de qualidade shumanas que podem serm encontrados dentro de você e que podem ter sido reprimidos. Todas elas são uma fragmentação do todo da psique femiina, e ao unilas, ao encointrar a força e qualidades escondida de cada uma que existe, potencialmente, dentro de você, como mulher, você fortalece sua poitencia feminina, e , consequentemente se fortalece, trazendo essas qualidades pro seu contiente, e, consequentemente, pra prática no mundo..
Conclusão: como o estudo dos arquétipos e deusas me Salvou transformou
O que eu acho bacana em ter um blog é que, como uma boa millenial de 36 anos, eu consigo manter a nostalgia de manter a função dele em suas origens, como uma espécie de diário, e dar um respiro a quem me acompanha por poder se livrar do excesso de conteúdo focado só em venda e menos em conexões reais. É gostoso ter um raro espaço digital que fuciona como uma conversa descontraída com uma pessoa e não mais uma landing page desesperada por vender, com linguagem forçada e repetitiva.
Dito isso, o conhecimento dos arquétipos e mitos das Deusas, não só das Gregas, mas também de outras que pretendo trazer aos poucos pra cá, me orientou em um momento em que caí na clássica cilada de achar que minha vida de mulher independente e livre, que eu havia demorado tanto para conquistar, tinha acabado porque virei mãe. Achei que para ser uma boa mãe, minha obrigação era ser apenas mãe. É claro que o pior de tudo era a culpa devastadora que vinha com isso, que prejudicava a pessoa que eu queria ser pra minha filha, já que eu estava sendo consumida pela minha própria culpa, não deixando espaço e nem tendo energias pro melhor de mim aflorar pra que ela visse.
Eu sentia que tinha algo errado comigo por não querer abandonar minha Artemis interior. Eu achava que precisava ser apenas Deméter e que estaria errada em sentir falta de Artemis e Afrodite. Descobrir que a liberdade nada mais era que uma caracteristica minha de Artemis que não precisava ser reprimida, e sim adaptada, de mãos dadas com minhas nova e recém descoberta Deméter, para que se fortalecessem juntas, e mostrassem uma mulher ainda mais inteira para minha filha fez com que minha relação com o significado do que é ser mãe se tranformasse. Vi que não preciso ser Maria, não preciso ser sempre dor e sacrifício pra ser uma boa mãe.
Consegui enxergar o quanto do meu verdadeiro self eu reprimia pra agradar a expectativa social, e o quanto isso estava me matando internamente. Percebi que Deméter não veio roubar o lugar de Artemis, ela veio completar o time de mulheres e Deusas que me formam.
Conversei com carinho com Afrodite e Artemis e falei “Vocês tiveram 31 anos de dominância por aqui. Agora é hora de dar espaço pra Deméter. Por 6 anos minha filha precisa que ela tome primeiro lugar na fila. Eu e ela vamos nos conhecer com o carinho e respeito que eu mereço, que minha pequena Maya merece. Vocês vão sentar ali na reserva rapidinho, mas de vez em quando vão aparecer pra eu não me perder na superproteção de Deméter. Uma Deusa tão linda e cuidadora não merece ficar sobrecarregada nas sombras. Vou sair pra dar uma corrida na rua com Artemis, e passar um batom vermelho e fazer aulas de dança com Afrodite sempre que possível, porque elas são partes de mim que me permitem ser exemplo de mulher autosuficiente pra minha filha. Mas por 6 anos da primeira infância da minha pequena, Deméter vai ter prioridade, e ao ceder esse lugar VIP pra ela, vou estar ainda mais próxima de ser a heróina da minha filha e da minha vida, adiquirindo tantas novas habilidades que as outras Deusas não haviam me ensinado em minhas jornada. Adquirir novas habilidades – aos trancos e barrancos -faz parte da jornada de qualquer herói, em qualquer filme ou livro, e Deméter tem me trazidao a mais especial de todas: a de amar e cuidar incondicioalmente.
Agora minha filha tem quase 5 anos, e vocês três vão abrir um espacinho pra Atena me dar foco e estratégia para ajudar a mostrar pro máximo de mulheres possíveis que elas também tem o potencial de se tornarem Uma Grande Deusa”
Conhecer o arquétipo das Deusas me escancarou que pra existir a mãe, precisa existir a mulher em toda sua potência. Olhem para a potência de uma gestação, de um parto, olhem o poder escondido disso. Não é a toa que apenas mulheres possuam esse poder magnífico de gerar e parir, de trazer vida ao mundo. Vi que quanto mais eu resgatasse minhas deusas reprimidas do fundo do mar do meu incosciente, mais fortalecida e equilibrada eu estaria pra ser uma boa mãe.
Abraçar uma nova Deusa significa abraçar um novo nível de consciência, de superioridade psicologica. Significa chegar mais perto de se tornar uma Deusa,aquella inteira em si e não fragmentada.
Achar que precisamos ser apenas Demetér gera as crises, a culpa e o questionamento de onde esta a mulher alem da mae que existia aí dentro. Ela continua aí, escondida no seu incosciente e louca pra sair e despertar a deusa e a heroína. Ser uma heróina não é se sacrificar. Ser uma heroína não é dar conta de tudo. Ser uma hería é SER tudo o que você tem potencial de ser.
Referência Bibliográficas
As Deusas e a Mulher de Jean Shinoda Bolen
Quando Deus era Mulher de Merlin Stone
A Deusa Interior de Jennifer Barker Woolger
Psicologia Arquetípica de James Hillman
Deusas de Joseph Campbell
Persephone Rising de Carol S. Pearson
O Livro das Religiões de Jostein Gaarder
Esse artigo me ajudou muito e foi bastante claro na explicacao . Obrigada e boa sorte na sua caminhada.
Muito obrigada pelo seu comentário! Foi um artigo demorado, mas que escrevi com muita dedicação, e comentários como o seu me motivam a seguir